sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O peso dos valores pessoais

Você tem satisfação pessoal naquilo que faz, profissionalmente? A resposta, acredite, pode ser o ponto de partida para a prevenção do excesso de stress. Nem só de um alto salário ou de benefícios vive um profissional. Os valores da empresa e se sentir bem em relação ao trabalho que executa faz toda a diferença para sua saúde física e mental. A constatação não é apenas dos pesquisadores da ISMA-BR, mas também da maior especialista em burnout do mundo, a professora de psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Christina Maslach, PhD.
Burnout é um nível devastador de stress, que pode levar a depressão, além de causar uma exaustão total. Obviamente, quem sofre de burnout tem não apenas a vida profissional, mas também a pessoal seriamente afetada. Ela diz que as pessoas precisam se perguntar: “o que faço em meu trabalho satisfaz minha alma?”
Maslach cita o exemplo de uma mulher que atuava em uma empresa imobiliária que devastava áreas verdes para a construção de imóveis. Só que esta mulher tinha uma filosofia ecológica e de preservação ambiental muito arraigada. Então, por mais que o salário e as condições de trabalho fossem ótimas existia uma incompatibilidade ideológica entre aquilo em que ela acreditava e o que precisava fazer todos os dias. Aos poucos, isso foi minando suas resistências e ela apresentou problemas de saúde sérios. Era stress demais.
Este exemplo mostra que nossas crenças - aquilo em que acreditamos - são extremamente importantes para exercemos qualquer tipo de função. Excesso de trabalho, carga horária apertada e extensa, cobrança demais. Tudo isso importa, é claro, mas os valores pessoais e o da empresa contam e podem ter um peso enorme na atuação e, principalmente, na satisfação profissional de cada um.
Respeitar aquilo em que se acredita não é idealismo - no mercado atual, é autopreservação. E isso segue o antigo conceito pregado pelos orientais de que somos seres holísticos, não compartimentados. Enfim, a prevenção também passa por identificar e respeitar a filosofia corporativa e fazer com que cada colaborador se sinta à vontade com isso. Nesta esteira entram, ainda, investimentos em programas de responsabilidade social,  reconhecimento do trabalho que cada um exerce, feedback que os membros de uma equipe recebem. É uma rede, uma corrente corporativa do bem.
 
 

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