Para
aprender a lidar com o stress com eficiência é preciso conhecê-lo mais a fundo.
Pode soar estranho falar sobre stress dessa forma. Mas é exatamente isso o que
falta a maior parte das pessoas: autoconhecimento. Como é possível enfrentar
algo que se desconhece? Um estudo da ISMA-BR (International Stress Management
Association no Brasil) indica, por exemplo, que pessoas com posições de grande
responsabilidade, mas pouco controle ou autonomia para tomar decisões, têm 67%
mais chance de sofrer as sequelas negativas do stress. É o caso de alguém que
trabalha como caixa de uma empresa, na torre de comando de aeroportos ou
gerente de médio e baixo escalão de uma organização. Portanto, embora os altos
executivos e profissionais liberais, como cirurgiões e juízes, possam ter nível
elevado de stress nas suas atividades, têm, em contrapartida, maior autonomia
para tomar suas próprias decisões. Outra descoberta recente é de que aqueles
que não gostam de sua profissão, ainda que exerçam uma atividade por um curto
período de tempo, incorrem nos mesmos riscos daqueles que trabalham muitas
horas por dia, mas adoram o que fazem.
Acredita-se,
também, que a personalidade pode influenciar neste processo. Tem maior
tendência a ter níveis elevados de stress pessoas perfeccionistas, competitivas
demais, que vivem sob tensão constante, que são baixo astral, aquelas que têm
dificuldade para delegar tarefas, estabelecer prioridades e até dizer ‘não’. Na
contramão disso, sabem lidar melhor com as pressões diárias, aqueles que não
lutam contra o relógio, dão o tempo devido à cada atividade, estabelecem
objetivos para a realização profissional, não são muito críticos com os outros e,
principalmente, consigo mesmos. Comparando os dois tipos, a diferença não é a
causa do stress (pressão no trabalho, excesso de demandas do chefe, problemas
na vida pessoal), mas a interpretação e a reação de cada um a ela. Daí é
possível tirar alguns ensinamentos para ter a tão almejada qualidade de vida. É
essencial gostar daquilo que se faz, ter alguma autonomia profissional e se
questionar sobre o quanto sua personalidade pode estar – ou não – influenciando
seu estilo de vida. Feito este balanço, procure encontrar caminhos possíveis
para conviver melhor com aquilo que lhe incomoda. Vale buscar ajuda de um
terapeuta ou, até mesmo, de um conselheiro profissional. Quem ganha com isso é
você.