segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Desacelere para acelerar

Não é só uma impressão que todas nós temos no dia a dia: uma pesquisa recente da ISMA-BR (International Stress Management Association) realizada com mil pessoas em Porto Alegre (RS) e em São Paulo (SP) revelou que a duração da jornada de trabalho não para de crescer. Trabalha-se, em média, 13 horas diárias, frente às 12 horas indicada na pesquisa anterior da instituição, realizada há alguns anos.
“Esse resultado não é de se estranhar, uma vez que as empresas têm enxugado sua estrutura ao mesmo tempo que a quantidade e a exigência do trabalho aumentam, e o receio dos colaboradores de serem demitidos faz com que eles se dediquem cada vez mais”, diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da associação. O problema é que passar mais horas no escritório pode minar sua própria carreira.
“Nessa corrida diária, ficamos mais tensas e nos tornamos escravas do relógio”, lembra Ana Maria. O horário para a prática de atividade física é sacrificado, a alimentação acaba prejudicada (quem nunca almoçou rapidamente na própria mesa de trabalho ou a caminho de uma reunião importante?), e o sono vira moeda de troca.
Outro impacto da longa jornada de trabalho, que se torna ainda maior se levarmos em conta o tempo de comutação até o escritório, é a perda do equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Vemos menos nossas famílias e nos sentimos cada vez mais culpadas por isso. Encontrar os amigos e relaxar se torna uma missão quase impossível.
Com tanta pressão e ansiedade, começam a aparecer os sintomas físicos: tensão muscular, episódios de dor de cabeça, problemas estomacais, obesidade, aumento no uso de medicamentos (prescritos ou não). O resultado é que nosso esforço para trabalhar compromete a qualidade, a produtividade e os relacionamentos no trabalho, jogando ladeira abaixo o esforço de anos ou décadas.
Para não chegar a esse ponto, a psicóloga deixa claro que não existe fórmula mágica. Precisamos ser realistas, estabelecer prioridades e cumpri-las e não abandonar as atividades fundamentais que nos preparam para estarmos bem. “Sono, alimentação, atividade física e uma técnica de relaxamento para lidar com essas demandas são básicos”, resume Ana Maria.
Fonte: http://migre.me/kXx2U 

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