Psicóloga diz que carga de trabalho de
treinadores é mais alta que a média e rítmo elevado pode causar problemas de
saúde aos comandantes.
A vida dos técnicos no futebol
brasileiro está longe de ser fácil. Se por um lado recebem altos salários, por
outro são sempre alvo de torcedores e dirigentes quando os resultados não
acontecem, recebendo diariamente uma carga pesada de cobranças. O desgaste
emocional é tanto que alguns sentem na pele, como o técnico do Botafogo Oswaldo
de Oliveira, de 62 anos, que teve uma arritmia cardíaca no dia 5 de outubro, na
derrota do Botafogo para o Grêmio, por 1 a 0, e saiu do Maracanã direto para o
hospital. Há dois anos, quem passou por uma situação delicada foi Ricardo
Gomes, de 46 anos, que sofreu por um AVC durante uma partida entre Vasco e
Flamengo, no Engenhão, e até hoje faz tratamento. O Esporte Espetacular entrou
em campo e aferiu os batimentos cardíacos dos técnicos Dorival Júnior, do
Vasco, e Marcelo Martelotte, do Náutico, na última rodada
A rotina é intensa. Além dos
treinamentos diários, eles precisam pensar, muitas vezes de forma solitária,
táticas e opções para cada jogo. Durante as partidas ficam à beira do campo,
gritam, xingam, caminham de um lado para o outro, sofrem e comemoram. Tudo isso
faz com que o coração deles tenha alterações nos batimentos cardíacos. Para a
psicóloga Ana Maria Rossi, diretora da ISMA-BR, associação sem fins lucrativos
voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do
estresse, os treinadores trabalham mais do que devem e por isso, muitas vezes,
acabam tendo problemas de saúde.
Os técnicos trabalham mais horas do que
qualquer outra profissão. São 80,85 por semana contra 60, 65 de altos
executivos. Antes de uma partida, ele pode ficar excessivamente ansioso, excessivamente
angustiado, e isso pode inclusive alterar o comportamento dele com os jogadores
- analisa Ana Maria. [...]
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