quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sob o domínio do medo


O medo é uma reação normal, disparada quando alguém se sente ameaçado. “O corpo não difere se tem uma fera na sua frente ou se o monstro está dentro da cabeça”, explica o clínico Eduardo Finger, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Salomão Zoppi Diagnósticos, em São Paulo. Durante do perigo, são produzidos hormônios como a adrenalina e o cortisol, que preparam o organismo para lutar ou fugir. Passado o susto, o cérebro desliga esse regime de guerra. Como a violência urbana é uma ameaça crônica, porém, o stress pode se tornar persistente e causar desgastes. As primeiras queixas são cansaço, queda de libido, insônia e sensação de estar doente.
Pode haver alterações metabólicas ou imunológicas (já que o cortisol abaixa a resistência), reações alérgicas, gripes prolongadas, palpitação e sintomas gastrointestinais como azia, diarreia e prisão de ventre. Em longo prazo, o stress favorece o entupimento dos vasos sanguíneos, prejudicando órgão como o coração, o cérebro e os rins.
Tem mais. Quando exacerbado, o medo pode se transformar em doença, a fobia, ou desencadear crises de pânico. ”Personalidades ansiosas, que temem antecipadamente o encontro com uma situação capaz de lhe causar mal, podem se considerar a próxima vítima- é só uma questão de tempo”, informa Ana Maria Rossi.
A antecipação percebida como ameaça, afeta 8 a 9% da população e requer tratamento, pois compromete as atividades normais e as relações sociais, estimula comportamentos obsessivos ou compulsivos, como ir a cada cinco minutos até a porta para checar se está trancada, e causa sofrimento psíquico.
A técnica mais utilizada pelos psicólogos para tratar o medo chama-se dessensibilização sistemática. Com ela, se constrói uma escala de leve ansiedade até o pavor, que é o excesso de medo, e a pessoa é encorajada a enfrentar cada obstáculo.
 
 
Fonte: Revista Women’s Health, agosto 2013.

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