segunda-feira, 9 de abril de 2012

Stress engorda

O médico Per Björntorp, do Departamento de Doenças do Coração da Universidade Göteborg, na Suécia, analisou a taxa de cortisona em pessoas submetidas à mesma carga de stress durante um dia normal de trabalho. Björntorp descobriu que algumas liberavam muito mais hormônio que outras. O teste foi feito com a coleta de saliva em várias fases do dia, e o resultado foi surpreendente.

O médico observou a existência de três grupos. No primeiro, o nível de cortisona subiu em situações estressantes e logo voltou ao normal. Nesse grupo estavam indivíduos magros e sem problemas de colesterol ou açúcar. No segundo, a taxa cresceu muito e demorou a regredir. Foram registradas alterações de colesterol, açúcar e pressão arterial, além de maior número de obesos. No terceiro grupo, o nível de cortisona manteve-se alto. Foi ali que houve maior incidência de problemas de peso, pressão arterial e taxas altas de colesterol e açúcar. Quando investigou as razões de tamanha variação, o médico descobriu que as pessoas mais sensíveis ao stress têm alterações no gene receptor da cortisona.

As pesquisas de Björntorp ganharam um reforço importante. A equipe do endocrinologista Amélio Godoy, do Instituto de Endocrinologia e Diabetes do Rio de Janeiro, decidiu averiguar o comportamento das glândulas supra-renais  que secretam hormônios responsáveis pelo metabolismo  em pacientes com obesidade provocada por stress. Godoy verificou que, se muito estimuladas pela produção de cortisona, essas glândulas, que ficam acima dos rins, aumentam de tamanho. Por esse motivo, a gordura concentra-se no abdome. A equipe de Amélio Godoy descobriu ainda que, em boa parte dos casos, as pessoas que têm esse tipo de obesidade engordaram a partir de choques emocionais, como a perda de um parente querido.

O tratamento indicado para esse tipo de obesidade não se restringe, portanto, apenas à orientação alimentar. 

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