quarta-feira, 7 de junho de 2023

O papel da espiritualidade e da conexão emocional contra o stress

Abordagem será o foco da médica integrativa Milena Brandão e do doutor em administração Claudio Senna Venzke, durante o 23º Congresso de Stress e QVT da ISMA-BR

“Nós somos treinados para ir ao médico e tratar doenças, mas a medicina do século 21 está mudando e pensando em uma abordagem integrativa, que trabalha a prevenção e o bem-estar emocional”, afirma a médica Milena Brandão. A partir desse conceito, a profissional abordará a espiritualidade como uma importante ferramenta para o autoconhecimento e para redução dos impactos do stress na vida pessoal, na palestra O papel da espiritualidade e a conexão emocional nos desfechos de saúde, no dia 22, às 15h50. Já o doutor em administração com foco em espiritualidade nas organizações, Claudio Senna Venzke, vai falar sobre Inteligência Espiritual para Melhorar o Bem-Estar no dia anterior, 21, às 14h. As atividades integram o 23º Congresso de Stress e QVT da ISMA-BR, que ocorrerão no Plaza São Rafael Hotel. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no endereço https://eventos.ismabrasil.com.br/. Inscrições online até 12 de junho.

Formada em medicina em 2012, Milena Brandão atuou em postos de saúde e plantões, se especializou em dermatologia e, na sequência, fez pós-graduação em medicina integrativa. A busca por essa especialização surgiu da vontade de encontrar um médico que a olhasse como um todo, e não apenas para um sintoma isolado. “A partir disso, eu tento sempre integrar corpo, mente e espírito, porque tudo está correlacionado. Não há como fugir disso quando se quer tratar e revigorar a saúde de alguém”, ressalta. Segundo ela, é importante dissolver o senso comum que conecta espiritualidade com religião. “Espiritualidade tem a ver com uma conexão com nós mesmos, com nos reconhecermos e entendermos tudo que envolve a nossa vida”, ressalta.

Sua linha de trabalho dentro da medicina integrativa engloba a medicina funcional do stress. Milena recebe pacientes que, geralmente, estão sentindo seus impactos na saúde e destaca que se manifestam por meio do cansaço, do esgotamento, da dificuldade de concentração, do maior nível de irritabilidade com tudo e todos, entre outros aspectos. “Isso afeta a saúde e os relacionamentos. A pessoa passa a ter menos prazer com a vida, pois o stress começa a poluir todos os setores. É importante trabalhar isso porque o paciente começa a criar um hábito prejudicial, como se fosse uma fuga”, explica. 

Stress e trabalho
Milena destaca que esse contexto está conectado com o hormônio chamado cortisol, responsável pela resposta direta do stress. Ele atua diretamente no metabolismo da pessoa e, como consequência, vai gerando uma resposta automática para todas as coisas. “Sabemos que devemos trabalhar, porque envolve nossa sobrevivência, mas, muitas vezes, vivemos uma situação cheia de problemas, com uma rotina pesada, repetitiva, e isso vai se acumulando, porque é muito mais comum conectarmos stress com a vida profissional, embora possa ocorrer em qualquer área da vida do paciente”, avalia. 

Sua abordagem de trabalho ajuda o paciente a conectar espiritualidade e emoção. A médica destaca que é preciso se conhecer melhor, identificar gostos, o que não agrada, pontos fortes e pontos fracos, cuidar da alimentação de forma equilibrada e fazer atividades físicas. “A pessoa precisa se entender. Fazendo esse trabalho, o paciente não vai mudar o mundo. É a gente que muda e, especialmente, a forma como percebemos tudo o que nos rodeia”, completa.

Autoconhecimento também transforma gestores
Doutor em administração e com estágio doutoral na Boston College com foco em espiritualidade nas organizações, Claudio Senna Venzke reforça a mesma questão envolvendo o conceito de espiritualidade, que não está conectado com religião. “Temos, então, alguns princípios: o autoconhecimento e a compaixão, por exemplo”, conta. 

Sua palestra terá como foco a ampliação desse conceito, de como é possível uma pessoa conectar corpo e mente. “Para isso, trabalharei conceitos de psicologia positiva, que envolve as forças do caráter, da energia espiritual, e como colocar isso em nossa vida de forma prática. E mais do que isso, como usar esses elementos no dia a dia de uma empresa”, adianta. Psicologia positiva é uma vertente que estuda os efeitos da positividade, com foco nas mudanças de perspectivas de pensamento e comportamento, priorizando emoções e relações mais leves, que podem resultar uma vida mais equilibrada. 

Os conceitos da espiritualidade nas organizações, conforme relata Venzke, têm o potencial de gerar uma maior capacidade de reflexão, de autoconsciência, de sensibilidade pelo outro, e uma capacidade de abertura criativa. “Isso educa gestores para que possam compreender os seus próprios propósitos e motivações, procurando superar o desafio de reduzir os impactos negativos, externos e internos”, destaca. Em sua atuação dentro das organizações, ele procura ampliar a consciência dos gestores com o objetivo de reconhecerem a capacidade de influência mútua dos seus aspectos imanentes com os aspectos transcendentes, percebendo-se assim como parte de um todo, maior que eles mesmos. “O processo de transformação, para ampliação da consciência, visa a levar os gestores à compreensão dos seus valores individuais fundamentais, e a partir disto ter o comprometimento de viver alinhado com eles”, finaliza.

23º Congresso de Stress e QVT da ISMA-BR
Quando: 20 a 22 de junho
Local: Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre
Informações e inscrições online até 12 de junho:

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